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O que muda na habitação em 2024

16.01.2024
O que muda na habitação em 2024

As previsões para o mercado imobiliário durante este ano são otimistas, mas moderadas. 

 

Em 2024 prevêem-se vários desafios para o mercado imobiliário dar resposta à necessidade de aumento de oferta residencial atual. A instabilidade política e económica, tanto a nível nacional como internacional, contribui para a atual incerteza no setor, com a necessidade de criação de incentivos, sobretudo na construção nova, que permitam corrigir a falta de casas disponíveis existentes no mercado. A morosidade do processo entre a fase de licenciamento até à fase de construção, a elevada carga fiscal, a par de um mercado de arrendamento pouco competitivo, e da subida da inflação e das taxas Euribor, veio agravar o preço do metro quadrado.

Ainda que se preveja um arrefecimento da procura e um aumento do tempo de venda, a crise habitacional poderá também ser uma oportunidade para o setor, com o crescimento de empreendimentos nas periferias das grandes cidades, a queda das taxas Euribor e consequente ajuste e estabilização dos preços. A nova construção sustentável, a par da inovação e da utilização novas soluções digitais, são ainda tendências que no futuro serão uma realidade do dia a dia.

 

ARREFECIMENTO DA PROCURA

Perspetiva-se um ano de correções, com ajustes nos preços das casas que continuarão a subir, mas a um ritmo mais moderado. E poderá verificar-se algum arrefecimento da procura, sobretudo no primeiro semestre de 2024. Uma tendência positiva para o mercado imobiliário em Portugal, com as previsões de descida de juros no próximo ano e a subida do poder de compra dos portugueses.

 

AUMENTO DO TEMPO DE VENDA

Dado que os critérios de avaliação de risco adotados pelos bancos se tornarão mais rígidos, o processo poderá tornar-se ligeiramente mais demorado. A tendência de aumento do período que decorre entre a colocação do imóvel no mercado e a conclusão da transação está relacionada com o crédito habitação, seja devido ao aumento das taxas de juro, seja pelo aumento dos critérios de aprovação, que contribuem para o aumento do tempo médio de contratação de crédito. 

 

ESTABILIZAÇÃO DOS PREÇOS

Nos últimos meses do ano tem-se assistido a um abrandamento do preço das casas, e os especialistas apontam para a continuidade da descida do valor de venda dos imóveis, com as naturais baixas de preços a fazerem-se notar já em alguns concelhos de Lisboa. Este abrandamento será mais visível no interior e nas cidades vizinhas dos grandes centros urbanos, com valores mais competitivos. Em 2024 espera-se uma continuidade desta tendência, pois não há indícios de uma súbita disponibilidade de grandes volumes de imóveis nas zonas de maior procura. A estabilização das taxas Euribor e até a previsão de decréscimo a partir do segundo semestre, poderão ter um impacto direto no valor do crédito habitação, o que poderá contribuir para a estabilização dos preços, mas sem alterações muito significativas.

 

AUMENTO DA PROCURA NA PERIFERIA

O surgimento de projetos residenciais, com novos conceitos, concentrados sobretudo nas periferias das grandes cidades, revelam-se uma boa solução para as famílias portuguesas por apresentarem preços mais competitivos Este alargamento dos centros urbanos para as suas periferias continuará a ser uma tendência, que só não se mostra mais acentuada devido à fraca rede de transportes públicos. As periferias mais próximas dos principais centros urbanos são aquelas onde se podem encontrar as melhores oportunidades de investimento e onde se encontra habitação de valor mais acessível. Torna-se mais evidente quando analisamos o número de novos projetos de construção que estão a nascer nestas áreas de periferia das grandes cidades, que tenderão a valorizar-se em consequência da contínua integração de famílias, que procuram preços mais acessíveis fora dos centros urbanos, pelo que também continuarão a apresentar boas possibilidades de investimento.

 

A IMPORTÂNCIA DA SUSTENTABILIDADE

A criação de novos conceitos residenciais sustentáveis, com as energias renováveis e a eficiência energética no topo das prioridades são uma realidade. A União Europeia tem vindo a apresentar importantes instrumentos europeus como a Estratégia de Longo Prazo para a Renovação dos Edifícios (ELPRE), que visam melhorar a eficiência energética nos edifícios. Esta nova diretiva sobre o desempenho energético de edifícios representa um ponto de viragem na sustentabilidade e apresenta novas medidas que contemplam, além da eficiência energética, a eficiência hídrica. A construção de habitação protagoniza a transformação sustentável das cidades do futuro. 

 

 

 

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